Nutrição Organo – Minerais no Cultivo de Plantas Medicinais

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Fabiano Rodrigues De Carvalho

Resumo

Nos últimos anos, poucos são os incentivos e publicações no que se refere ao cultivo de plantas medicinais, considerando as poucas informações existentes sobre a comprovação de sua eficácia e segurança. Portanto atualmente inúmeras pesquisas têm demonstrado seus efeitos positivos como medicamentos alopáticos e fitoterápicos, o consumo das plantas com finalidades terapêuticas aumentou significativa, e as técnicas de cultiva estão a cada dia melhorando a forma de produção. As plantas medicinais, que têm avaliado a sua eficiência terapêutica e a toxicologia ou segurança do uso, dentre outros aspectos, estão cientificamente aprovadas a serem utilizadas pela população nas suas necessidades básicas de saúde, em função da facilidade de acesso, do baixo custo e da compatibilidade cultural com as tradições populares. Detalhando pode-se afirmar que a procura é maior que oferta para muitas espécies. Portanto, é urgente que a área rural comece a receber informações agronômicas e agroecológicas sobre estas plantas. No desenvolvimento desde trabalho foram abordadas técnicas de cultivo e adubação utilizando técnicas organo-minerais para a polução de plantas medicinais com procedimentos e armazenamentos que garantam a qualidade e eficácia das mesmas.

Palavras-chave

Cultivo, técnicas organo-minerais, plantas medicinais.

Abstract

In recent years, there are few incentives and publications regarding the cultivation of medicinal plants, considering the little information available on the evidence of its efficacy and safety. So now many studies have shown positive effects as allopathic and herbal medicines, the use of plants for therapeutic increased significantly, and the techniques of cultivation are every day improving the way of production. Medicinal plants, which have evaluated its effectiveness or safety toxicology and therapeutic use of, among other things, are scientifically approved for use by the population in their basic health needs, according to the ease of access, the low cost and compatibility with the popular cultural traditions. Since medicinal plants are classified as natural products, the law allows to be traded freely, and can be cultivated by those who have the minimum conditions required. This is facilitated, self driven in the most simple cases occurring in a community, which reduces the demand for health care professionals, facilitating and reducing further the cost of public health service. Detailing can be said that the demand is greater than supply for many species. It is therefore urgent that the rural areas begin to receive information agronomic and ecological Agras on these plants. In development since work were discussed techniques of cultivation and fertilization using organo-mineral plant for polução with medical procedures and stores to ensure the quality and effectiveness.

Keyword

Cultivation, technical organo-mineral, herbal.

Introdução

Há pouco mais de dez anos talvez não se justificassem publicações incentivando o cultivo de planta medicinal, considerando as poucas informações existentes sobre a comprovação de sua eficácia e segurança. No entanto atualmente inúmeras pesquisas têm demonstrado seus efeitos positivos como medicamentos e, com o encarecimento dos remédios alopáticos, o consumo das plantas com finalidades terapêuticas aumentou significativa, e as técnicas de cultiva estão a cada dia melhorando de forma a privilegiar a sua produção. (CALLEGARI, 2000).

Pode-se afirmar que a procura é maior que oferta para muitas espécies. Portanto, é urgente que a área rural comece a receber informações agronômicas sobre estas plantas. Desde as civilizações mais antigas como a chinesa e a indiana (há 5.000 anos) as plantas medicinais são usadas em todas as regiões, pelas mais distintas culturas. No entanto, apesar de toda segurança, a partir das duas últimas décadas o consumo individual de fitoterápicos (medicamentos que contêm partes de plantas) aumentou em todo mundo e muitos investimentos foram alocados em pesquisas para obtenção de novos remédios a base de plantas. (SIMÕES, 1999).

No que se refere ao cultivo pode ser considerado como uma das etapas que mais poderá interferir na produção e qualidade de um fitoterápico, tanto do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo. A adubação deve ser feita com fertilizantes orgânicos como esterco de bovino ou de aves, e químicas a base de fósforo no solo até valores satisfatório e, em uma quantidade suficiente para que a planta consiga extraí-los do solo até atingirem a fase de produção. (LUIZA, 2003).

No que se refere ao controle e produção de plantas medicinais voltados para caracteres associados à germinação e à emergência em associação a substrato organo-minerais, os relatos são restritos. Entre os caracteres que afetam a germinação, a capacidade de absorção de água deve ocupar lugar de destaque. Contudo, são também restritos os trabalhos associando a absorção de minerais para este cultivo. (ALMEIDA, 2004).

Em trabalhos anteriores realizados na UFLA, observou-se a variação acentuada entre cultivo de plantas utilizando minerais e produtos químicos no crescimento de diversas variedades de plantas vegetais e sua seleção.

A verificação de uma associação de cultivos organo-minerais é de grande importância para descoberta de melhores modos de se adquirir plantas medicinais com velocidade de germinação e emergência para nossas gerações. (FERREIRA, 1988).

Com objetivo de melhor orientar os interessados no cultivo de plantas medicinais, com no exposto serão discutidas, de forma simples e sistematizada, as diversas práticas culturais que abrangem as etapas de produção, com ênfase desde escolha da área para o plantio até a colheita.

1. Objetivo

O objetivo do trabalho é reunir de forma sistemática, informações sobre o cultivo de plantas medicinais mais populares, incluindo as nativas e aclimatadas, visando o melhor aproveitamento e desenvolvimento de futuras pesquisas sobre produtos naturais utilizando substrato organo-minerais em seu cultivo.

2. Revisão de Literatura

2.1. Cultivos de Plantas Medicinais

 

O Brasil tem a maior biodiversidade de plantas do planeta associada à rica diversidade étnica e cultural, com um maior percentual de plantas medicinais encontradas na Amazônia, no Cerrado e na Mata Atlântica, respectivamente. Quando falamos em cultivo de plantas medicinais estamos conservando a biodiversidade, a saúde humana, o alimento, a economia, o resgate do conhecimento popular, a organização, a participação social, o gênero e a geração. Atualmente, observa-se o crescimento no consumo de plantas medicinais ou de medicamentos a base de plantas em todas as classes sociais no Brasil e no mundo. (KELLER, 1990).

2.1.1. Clima

 

Dentre os fatores climáticos, destacam-se a precipitação pluviométrica e temperatura. As plantas medicinais utilizam fatores climáticos que dificilmente são alterados, a maioria das plantas medicinais prefere climas mais quentes, porém o contrário também pode acontece, para externar todo seu potencial produtivo. Contudo, uma excessiva quantidade de chuva pode ser prejudicial à planta, dificultando a ocorrência de uma boa fecundação, reduzindo a aeração do solo e aumentando a lixiviação dos elementos minerais. Entretanto, verifica-se que nem sempre as condições adequadas de pluviosidade são atendidas. Dessa forma, a suplementação de água pela irrigação ou o plantio em locais com lençol freático pouco profundo são medidas recomendáveis. (MIRISOLA, 2002).

Com relação à temperatura, o das plantas requer uma média de o temperatura mínima mensal que não se sabe ao certo o valor para vegetar e produzir satisfatoriamente, sendo 27ºC a temperatura média anual considerada muitas vezes ótima, com oscilações diárias que podem ser de 5 a 7 ºC. Temperaturas inferiores a algumas temperaturas acarretam desordens fisiológicas na planta, provocando paralisação no seu crescimento, bem como o abortamento de flores e, com isso redução, na produção. (RIBEIRO, 1999).

Além das condições citadas, para vegetar bem, algumas plantas medicinais necessita de condições especiais de clima como as plantas de clima ameno e as de clima mais quentes e umidade relativamente superior a 60 %.(LISBOA, 2004).

2.1.2. Solo

 

Recomenda-se a utilização de solos com textura arenosa ou areno-argilosa, com profundidade ideal para cada espécie de planta e sem camadas que possam impedir o desenvolvimento do sistema radicular. Devem possuir boa aeração, pH acima de 5,0, não estarem sujeitos ao encharcamento e apresentarem boa fertilidade.

O tipo de solo pode influenciar na produção da biomassa e das substâncias medicinais. Geralmente, a origem da planta pode servir como de qual solo ela está mais adotada, ou seja, de subsídios para indicação de locais mais propícios e suas interações orgânicas e minerais. (CARDOSO, 1997)

2.1.2.1. Adubação de Plantio

 

Para se fazer uma adubação criteriosa, faz-se necessário analisar o solo previamente. Algumas recomendações:

– por canteiro: 2 a 4 litros de húmus de minhoca por metro quadrado;

– para covas maiores ou sulcos: 15 litros de esterco de curral bem-curtido, 200 gramas de farinha de osso e 200 gramas de torta de mamona por cova ou por metro quadrado para espécies arbóreas.

– Alguns nutrientes como fósforo e seus derivados como óxido fosfórico entre outros.

Na cova, o esterco é misturado ao solo com calcário que saiu da cova e em seguida, alguns nutrientes minerais, à base de fósforo, deverão ser adicionados a esse material que, novamente deverá ser misturado. Depois de bem homogeneizada, a nova mistura obtida deverá ser colocado de volta na cova, fazendo o fechamento da mesma. (CASTELLANOS, 1994)

O nutriente à base de fósforo mais recomendado de se utilizar é o superfosfato simples, porque possui 20% de óxido de fosfórico, que é uma fonte de fósforo solúvel. Dessa forma, por exemplo, em uma tonelada de superfosfato simples, existirão 200kg de oxido de fósforo, correspondente aos 20 % e o restante será material de enchimento. A quantidade desse fertilizante que deverá ser colocada em cada cova, também será obtida em função do volume das covas resultados da análise de solo. (DELOUCHE,1975)

2.1.3. Plantio

 

Quando se tratar de área não cultivada, deve-se proceder ao desmatamento, que pode ser executado mecanicamente e/ou manualmente, com auxílio de foice e machado, e, posteriormente, o destocamento. Após a limpeza da área, deve-se proceder à retirada de amostras do solo para análise química. Quando for necessário o uso de calagem, essa deve ser feita com calcário dolomítico, recomendando-se aplicar metade antes da aração e o restante após, porém, antes da gradagem. Durante essa operação, deve-se adicionar superfosfato simples em esterco de curral curtido. As mudas devem ser colocadas no centro da cova, em posição vertical, sendo cobertas por uma camada de solo suficiente para cobrir a semente ou a raiz da planta. (COSTA, 2001).

Mesmo tomando-se todos os cuidados necessários durante a fase de produção das mudas, nem todas as mudas apresentarão as características necessárias para plantio. Assim antes de serem levadas para o campo, elas deverão passar por um processo de seleção, procurando-se utilizar apenas aquelas de boa qualidade, ou seja, que apresentem características boas e nenhum sinal de pragas ou ataques de bactérias ou microorganismo. (FERNANDES, 2001).

Em volta da cova, faça um anel para auxiliar na retenção da água. Após o plantio, regue o solo em grande quantidade. Nos casos de mudas frágeis, pode ser de usar um tutor, preso a uns 15 centímetros do solo.

Aos 30 dias após o plantio, deve ser aplicado, em cobertura, uréia e cloreto de potássio por metro quadrado, distribuindo-se a mistura dos fertilizantes orgânicos em torno da planta, observando-se um raio de 20 cm de distância de uma planta para outra. (GOMES, 1990).

2.1.4. Adubação Após o Plantio

 

Com relação à adubação, o solo poderá suprir todos os nutrientes necessários a um a planta. No entanto, na sua maioria, os nutrientes não estão localizados em camadas acessíveis à assimilação pelas raízes e geralmente estão em forma não absorvível, ou seja, em forma insolúvel. (COSTA, 2001)

A adubação pode afetar o teor de princípios ativos e mesmo em doses ideais para a produção de biomassa, pode não corresponder a ganhos no valor das substâncias de interesse, isto é produz grande quantidade de massa vegetal, mas o teor de princípios ativos deixa a desejar. (FERREIRA, 1997).

É comum nas literaturas existentes o comentário de que muitas plantas, e principalmente as plantas aromáticas utilizadas nas culinárias e originárias das zonas do mediterrâneo, produziam ótimos teores de óleos essenciais em condições estressantes (altas temperaturas e baixa fertilidade, por exemplo). Uma das razões para esta declaração, segundo os que afirmam, está baseada no fato de que muitas das labiadas comercializadas possuíam características xerofíticas, tais como folhas espessas, tais como folhas espessas, pequenas e pubescência. No entanto, muitos experimentos, como os realizados em vários países, não têm comprovado esta afirmação, demonstrando que mesmo plantas medicinais com a aparência citadas necessitam de adubação planejada. (FERNANDES, 2001).

Com relação a algumas plantas medicinais (de ciclo curto), a necessidade de suplementação dos nutrientes torna-se mais evidente, pois estas possuem crescimento rápido e são colhidas em grandes quantidades, necessitando de rápidas e sucessivas reposições. A falta de fornecimento de nutrientes, por outro lado, está diretamente relacionada com o ataque de pragas e patógenos, pois estes preferem atacar as plantas menos nutridas. (GALLO,1998).

2.1.5. Influência de Nutrientes Organo – Minerais

 

Os nutrientes organo-minerais são usados pelas plantas em grandes quantidades e os principais estão relacionados a nitrogênio, fósforo e potássio associados a adubos bovinos e de aves curtidos. Uma adubação equilibrada é a chave para a obtenção de plantas mais resistentes a pragas e doenças também com maiores teores de fármacos, sem comprometer a produção de massa verde. A aplicação do N (nitrogênio) durante o período de pico de crescimento resulta em melhor utilização de Nitrogênio aplicado e conseqüentemente melhora o rendimento ou a produtividade da espécie. (RIOS, 2000)

A aplicação parcelada de Nitrogênio em associação com adubos orgânicos é mais eficiente, pois é muito propenso a ser perdido no solo por diversos processos. Ex. plantas respondem bem a adubação nitrogenada em associação: beladona, losna, alfavaca, alfazema, melissa, orégano, arruda. É recomendável realizar a fosfatagem com fosfatos naturais para corrigir a deficiência de fósforo típica dos solos brasileiros. Para fazer a correção básica do solo recomenda-se usar 50g de cálcareo/m2/canteiro. (ESTEVES, 2000).

O esterco de bovino é colocado na proporção de 6 a 10 litros/m2 de canteiro e esterco de galinha de 2 a 3 litros/m2 de canteiro, estes devendo estar totalmente curtidos. Podemos acrescentar 2 litros de húmus/m2 de canteiro. Em covas deve-se colocar ¼ das dosagens recomendadas/m2 para cada canteiro. Nas sementeiras a adubação é a mesma dos canteiros. (VIEIRA, 1999).

2.1.6.Os Princípios Ativos das Plantas

 

As plantas sintetizam compostos químicos a partir dos nutrientes da água e da luz que recebem. Muitos desses compostos ou grupos deles podem provocar reações nos organismos, esses são os princípios ativos. Algumas dessas substâncias podem ou não ser tóxicas, isto depende muito da dosagem em que venham a ser utilizadas. Assim, “Planta medicinal é aquela que contém um ou mais de um princípio ativo que lhe confere atividade terapêutica”. (HOSFIELD, 2001).

Nem sempre os princípios ativos de uma planta são conhecidos, mas mesmo assim ela pode apresentar atividade medicinal satisfatória e ser usada desde que não apresente efeito tóxico. Existem vários grupos de princípios ativos, são eles: alcalóides, mucilagens, flavonóides, taninos e óleos essenciais. (MARQUES JÚNIOR, 1995).

2.1.7. Secagem

 

O consumo de plantas medicinais frescas tende a garantir um ação mais eficaz dos poderes curativos nelas presentes, embora isso nem sempre seja possível, o que torna a secagem um método de conservação eficaz quando bem conduzido. (MESQUITA, 1980).

2.1.7.1 O Beneficiamento das Plantas Medicinais Engloba Vários Processos

 

O órgão vegetal seja ele folhas flor, raiz ou casca, quando recém-colhido apresenta elevando o teor de umidade e substratos, que concorre para que a ação enzimática seja aumentada. A secagem, em virtude da evaporação de água contida nas células e nos tecidos das plantas, reduz o peso do material. Por essa razão promove aumento percentual de princípios ativos em relação ao peso do material Estas percentagens variam com a idade da planta e com as condições de umidade do meio. (RAMALHO, 2000).

Procedimento básico antes de submeter às plantas a secagem, para se conseguir um produto de boa qualidade:

Não se recomenda lavar as plantas antes da secagem, exceto no caso de determinados rizomas e raízes, que devem se lavados. Devem-se separar as plantas de espécies diferentes. As plantas colhidas e transportadas ao local de secagem, não devem receber raios solares diretamente. Antes de submeter as plantas à secagem deve-se fazer a eliminação de elementos estranhos (terra, pedras, outras plantas, etc.) e partes que estejam em condições indesejáveis (sujas, descoloridas ou manchadas, danificadas). As plantas colhidas inteiras devem ter cada parte (folha, flor, caule, raiz, sementes, frutos) seca em separado e conservada depois em recipientes individuais. Quando as raízes são volumosas podem ser cortadas em pedaços ou fatias para facilitar a secagem. Para secar as folhas, a melhor maneira é conservá-las com seus talos, pois isto preserva sua qualidade, previne danificações e facilita o manuseio. (COSTA, 2001).

2.1.8. Colheita e Processamento

 

O primeiro aspecto a ser observado na produção de plantas medicinais de qualidade, além da condução das plantas, é sem dúvida a colheita no momento certo. As espécies medicinais, no que se refere à produção de substâncias com atividade terapêutica, apresentam alta variabilidade no tempo e espaço. O ponto de colheita varia segundo órgão da planta, estádio de desenvolvimento, época do ano e hora do dia. A distribuição das substâncias ativas, numa planta, pode ser bastante irregular, assim, alguns grupos de substâncias localizam-se preferencialmente em órgãos específicos do vegetal. O estágio de desenvolvimento também é muito importante para que se determine o ponto de colheita, principalmente em plantas perenes e anuais de ciclo longo, onde a máxima concentração é atingida a partir de certa idade e/ou fase de desenvolvimento. Por exemplo, o jaborandi (Pilocarpus microphyllus) apresenta baixo teor de pilocarpina (alcalóide) quando jovem. O alecrim (Rosmarinus officinalis) apresenta maior teor de óleos essenciais após a floração, sendo uma das exceções dentre as plantas medicinais de um modo geral. Há uma grande variação na concentração de princípios ativos durante o dia: os alcalóides e óleos essenciais concentram-se mais pela manhã, os glicosídeos à tarde. As raízes devem ser colhidas logo pela manhã. Também a época do ano parece exercer algum efeito nos teores de princípios ativos. (AGRIDATA, 2002).

As cascas são colhidas quando planta está completamente desenvolvida, ao fim da vida anual, ou antes, da floração (nas perenes), nos arbustos as cascas são separadas no outono e, nas árvores, na primavera. No caso de sementes recomenda-se esperar até o completo amadurecimento. No caso de frutos deiscentes (cujas sementes caem após o amadurecimento), a colheita deve ser antecipada. Os frutos carnosos com finalidade medicinal são coletados completamente maduros. Os frutos secos, como os aquênios, podem cair após a secagem na planta, por isso recomenda-se antecipar a colheita, como ocorre com o funcho (Foeniculum vulgare). (CARDOSO, 1997).

Deve-se salientar que a colheita das plantas em determinado ponto tem o intuito de obter o máximo teor de princípio ativo, no entanto, na maioria das vezes, nada impede que as plantas sejam colhidas antes ou depois do ponto de colheita para uso imediato. O maior problema da época de colheita inadequada é a redução do valor terapêutico e/ou predominância de princípios tóxicos, como no confrei (Symphitum ssp.). Existem alguns aspectos práticos que deveremos levar em consideração, no processo de colheita de algumas espécies. Na melissa cortamos seus ramos e não somente colhemos suas folhas, desta forma conseguimos uma produção em torno de 3 toneladas/ha de matéria seca, em cortes, que são efetuados no verão e outono. (EMBRAPA, 1993).

3. Material e Métodos

3.1. Material

 

Foi utilizado como material para elaboração deste trabalho, o banco de dados da UFLA departamento de FITOTECNIA; Manual de Cultivo de Plantas Medicinais, Importância de Fármacos Fitoterápicos, como também foram citados outros autores como: CALLEGARI (2000); SIMÕES (1999); LUIZA (2003); ALMEIDA (2004); FERREIRA (1998); KELLER (1990); MIRISOLA (2002); RIBEIRO (1999); LISBOA (2004); CARDOSO (1997); CASTELLANOS (1994); DELOUCHE (1975); COSTA (2001); FERNANDES (2001); GOMES (1990); GALLO (1998); RIOS (2000); ESTEVES (2000); VIEIRA (1999); HOSFIELD (2001); MARQUES JUNIOR (1995); MESQUITA (1980); RAMALHO (2000); AGRIDATA (2002); assim também como pesquisa em periódicos da área de saúde, como revistas e artigos da Embrapa.

3.2. Métodos

 

Foi realizado o levantamento de normas sobre o cultivo e condições de armazenamento e conservação de plantas medicinais com a utilização de substratos organo-minerais para este fim, todas foram transcritas de várias fontes bibliográficas, conforme citadas no item anterior, constituindo um conjunto de informações sobre as técnicas e cuidados no cultivo de plantas medicinais.

4. Resultados e Discussão

De acordo com CALLEGARI (2000), a pouco incentivo no cultivo de plantas medicinais com eficácia e segurança. O consumo com finalidades terapêuticas aumentou significativo, e as técnicas de cultivo estão a cada dia melhorando de forma a privilegiar a produção e cultivo.

Tanto pode ser constato e confirmado por SIMÕES (1999) que desde as civilizações antigas as plantas já eram usadas para fins terapêuticos desde o cultivo até a colheita.

Pouca ou nenhuma informação precisa sobre a forma de cultivo e o uso satisfatório de adubação e tempo e crescimento para futura comercialização. Pois, segundo LUIZA (2003) de forma a confirma a produção de plantas medicinais com adubação organo-mineral para destaques quantitativos e qualitativos referentes a essas plantas.

As plantas medicinais segundo ALMEIDA (2004) os substratos organo – minerais utilizados neste cultivo afetam a germinação e a capacidade de absorção de água e luz podendo aumentar a capacidade produtiva e suas ações terapêuticas.

As condições de cultivo são fundamentais para a produção, eficácia, preservação e potência de qualidades farmacêuticas em plantas medicinais. É importante que os mesmos sejam mantidos em condições idéias de plantio e cultivo, conforme ideais recomendados pelos estudiosos do assunto.

Conclusão

As técnicas de cultivo e adubação de plantas medicinais englobam requisitos organo-minerais para melhorar a qualidade e a forma de adequação dessas plantas.

A estabilidade e os critérios farmacêuticos utilizados nestes fármacos fitoterápicos dependem das condições de clima e temperatura utilizados em seus cultivos.

As normas e técnicas de cultivo utilizando minerais em seus princípios são de fundamentais importâncias a complementação e produção dessas plantas medicinais como comprovado em referências bibliográficas complementares.

O controle e monitoramento das plantas medicinais são grande importância para a farmacologia e a saúde de forma geral.

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MINICURRÍCULO DO AUTOR

Biólogo, pós-graduado em Biologia Geral de Plantas (2004) e Controle de Qualidade de Fármacos (2006), especialista em Educação, Análise e Gestão Ambiental, atual Diretor e Gerente da Garantia da Qualidade em Laboratório de Fármacos.

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