Sobre a Sistematização e Difusão do Conhecimento Psicanalítico em Freud

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Sílvio Memento Machado

Resumo

Retomar a originalidade da proposta de Freud quanto à sistematização e disseminação da psicanálise tem sido tema de inúmeras discussões entre psicanalistas. O presente artigo visa resgatar elementos importantes da história e dos esforços do criador da psicanálise através de sua obra, privilegiadamente ‘A história do movimento psicanalítico (1914), e de outros autores, no sentido de organizar e difundir a sua teoria. Faz-se referência à formação das primeiras sociedades psicanalíticas e seus congressos onde as produções teóricas eram apresentadas e os rumos da psicanálise eram traçados. Conclui-se que qualquer proposta de transmissão na psicanálise só se sustenta mantendo-se a abertura para o inconsciente, o que Freud sustentou em diversos momentos de sua teoria, relegando toda e qualquer perspectiva burocrática ou de universalização.

Palavras-chave

Psicanálise. Transmissão. Inconsciente.

Abstract

Retain the originality of the proposed Freud in the systematization and dissemination of psychoanalysis has been the subject of numerous discussions between psychoanalysts. This article aims to rescue important elements of history and the efforts of the founder of psychoanalysis through his work, privileged ‘The history of the psychoanalytic movement (1914), and others, to organize and spread their theory. It refers to the formation of the first psychoanalytic societies and their conferences where the theoretical studies were presented and the course of psychoanalysis were plotted. We conclude that any proposal for transmission in psychoanalysis can only be supported maintaining the opening to the unconscious, which Freud argued at several points in his theory, relegating any bureaucratic perspective or universal.

Key-Words

Psychoanalysis. Transmission. Unconscious.

Freud e a transmissão da psicanálise

Quando se reflete sobre a difusão e a transmissão da psicanálise, faz-se necessário retomar o texto ‘A história do movimento psicanalítico’. Nesse artigo, datado de 1914, Freud (1974) faz uma retrospectiva das técnicas que culminaram com a criação da psicanálise, procedendo a certa organização do conhecimento até então produzido nesse campo. Constitui-se num histórico, por assim dizer, dos esforços para a legitimação e difusão da psicanálise visto que, já naquele momento, ela produzia um corpo teórico bastante singular, tinha uma terminologia própria, falava de organizações patológicas específicas, enfim, trazia um novo universo de conhecimento e investigação. Desta forma carecia de uma sistematização do que seria do âmbito da psicanálise e de como esse saber poderia ser transmitido.

A análise empreendida por Freud no artigo aqui privilegiado torna-se de suma importância quando se objetiva estabelecer parâmetros no que tange à transmissão na psicanálise. Questão bastante pertinente visto que, hoje, a psicanálise encontra-se difundida por vários segmentos, das sociedades psicanalíticas às universidades. Uma visão crítica de como esse conhecimento tem sido veiculado talvez possa esclarecer se os modos empregados nessa transmissão podem realmente ser considerados como da ordem freudiana.

Nos comentários do editor inglês James Strachey sobre o texto em questão, lê-se que a finalidade do artigo de Freud era estabelecer claramente os postulados e hipóteses fundamentais da psicanálise, bem como demonstrar que as teorias de Adler e de Jung eram incompatíveis com a psicanálise. Isto era fundamental para Freud naquele momento, pois se havia uma possibilidade de difusão do conhecimento psicanalítico o primeiro passo consistia em delimitar esse campo. Já naquela época cometiam-se abusos em nome da psicanálise e Freud acreditava que congregando todos os partidários dessa nova teoria em uma sociedade diminuir-se-iam os riscos de ‘perversão’ à qual sua teoria estava sujeita.

Nesse sentido Gurgel afirma que “Freud foi um verdadeiro político que soube utilizar seus dotes latentes para navegar entre forças conflitivas e continuar seguindo seu projeto de levar adiante a psicanálise”. (GURGEL, 1990, p. 59)

Retoma-se aqui, algumas formulações de Freud quanto aos métodos e descobertas que antecederam e culminaram com a criação da psicanálise. Começa-se pelo ‘método catártico’ de Breuer. A este homem Freud atribuiu, a princípio, a criação da psicanálise, o que será retificado posteriormente. O método de Breuer partia do pressuposto de que os sintomas do paciente baseavam-se em fatos do passado que lhe causavam grande impressão, mas foram esquecidos, constituindo assim o ‘trauma’. A terapêutica consistia em fazer o paciente lembrar e reproduzir essas experiências traumáticas num estado de hipnose, a catarse propriamente dita. Além de Breuer, também Bernhein contribuiu para a psicanálise nascente ao utilizar o ‘método da sugestão’ durante a hipnose profunda. Freud, no entanto, logo abandonou a técnica de Bernhein passando a utilizar somente o ‘método catártico’.

Uma contribuição significativa do método de Breuer para a psicanálise foi a descoberta da ‘regressão’, termo que designava a condução do paciente diretamente à cena traumática motivadora do sintoma. Esta foi a primeira referência à regressão e tinha um caráter cronológico, uma regressão no tempo. Mas, devido a uma das características do inconsciente, a atemporalidade, esse aspecto cedeu lugar à concepção tópica, descrita no texto ‘A interpretação dos sonhos’ de 1900, e passa a referir-se a uma regressão no aparelho psíquico. Outra contribuição de Breuer deu-se a partir do tratamento empreendido junto a Ana O. Trata-se do conceito de transferência, podendo entender como tal o “processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam sobre determinados objetos no quadro de um certo tipo de relação estabelecida com eles e, eminentemente, no quadro da relação analítica”. (LAPLANCHE & PONTALIS, 2001, p. 668) Obviamente esse conceito não se apresentava naquele momento tal como o exposto aqui, mas Freud percebia que algo dessa natureza acontecia na relação do médico com sua paciente. Breuer não suportou o amor a ele devotado, abandou o caso e passou também a negar a etiologia sexual das neuroses, o que culminou com o rompimento com Freud.

Quanto à origem sexual das neuroses, cabe destacar que Freud afirmou que ela lhe foi comunicada por três pessoas: Breuer, Charcot e Chrobak.

Esses homens me tinham transmitido um conhecimento que eles próprios não possuíam. Mas, estas três opiniões idênticas, tinham ficado adormecidas na minha mente durante anos, até que um dia despertaram sob a forma de uma descoberta aparentemente original. (FREUD, 1974, p. 22)

Todos eles, no entanto, negaram que o tinham feito, o que leva a pensar que transmissão e saber talvez não estejam tão atrelados e pode-se transmitir algo que ‘não se sabe’, bem como não conseguir transmissão do que se acredita saber. Deve-se ressaltar que tal posicionamento, de negação da contribuição, pode ser entendido como fruto do puritanismo reinante na Europa naquele momento constituindo, portanto, medida estratégica.

Finalmente, Jones (1989) afirma não ser fácil estimar a importância de Breuer para Freud e seu trabalho. O que ficou de Breuer na história da psicanálise foi seu valor para o inventor dessa nova teoria em termos pessoais, não em relação ao método ou às descobertas, que pertence inteiramente a Freud, mas por intermédio do necessário incentivo, inclusive financeiro, que Breuer propiciou em um período crítico para Freud e para a própria psicanálise nascente.

Freud, na sequência do seu artigo, afirma que dentre os fatores que contribuíram, ao lado do método catártico, para a criação da psicanálise, seria necessário acrescentar a teoria do recalque, o reconhecimento da sexualidade infantil e a interpretação dos sonhos como fonte de conhecimento ou de reconhecimento do inconsciente. O autor ainda salienta que talvez sua teoria seja uma tentativa de explicar dois fatores surpreendentes e inesperados que se observam na análise: a transferência e a resistência. Esta última, segundo Laplanche e Pontalis (2001), é entendida como tudo aquilo que, nos atos ou palavras do analisando, se opõe ao acesso deste ao seu inconsciente.
Outra marca significativa para a evolução da psicanálise foi o conceito de ‘fantasia’. Até o ano de 1897, frente ao que escutava dos pacientes, Freud pressupunha a ocorrência de uma tentativa real de sedução investida contra o sujeito na infância como fator etiológico da histeria. Tal posição não pôde ser sustentada, pois na maioria das vezes as histéricas remontavam seus sintomas, e Freud o descobre, a traumas fictícios (elas criavam tais fantasias) o que, no entanto, para a formação do sintoma tinha o mesmo efeito que um trauma real.

Não se pode deixar de citar também, nessa tentativa de delimitar as contribuições à invenção da psicanálise, a própria disposição ao trabalho pessoal empreendido por Freud, ou seja, o que se convencionou chamar sua ‘auto análise’. Cabe ressaltar que esse ‘auto’ é questionável visto que no período de 1882 a 1889 Freud manteve intensa relação com Fliess, que ocupou um lugar de máxima importância, era aquele a quem Freud na condição de analisando remetia sua transferência. Há autores que atribuem a criação da psicanálise a esse relacionamento. Em 1897, numa carta a Fliess, Freud escreveu: “minha auto análise continua interrompida e eu percebi a razão. Só posso me analisar com a ajuda de conhecimentos obtidos objetivamente (como os de um estranho). A verdadeira auto análise é impossível, não fosse assim não haveria doença.” (FREUD, 1977, p. 366)

Ciente da singularidade da sua invenção, Freud passa a articular a organização da difusão da psicanálise. Isto tem início na Sociedade Psicanalítica das Quartas Feiras. Freud marca com essa iniciativa, o primeiro passo na busca de um embrião organizacional que teria como função explícita aprender, praticar e difundir a psicanálise.

O grupo assim constituído é de caráter heterogêneo, apelidado de horda selvagem. Oriundo da elite intelectual europeia, seus membros têm formação em áreas diferentes das ciências humanas, e possuem em comum uma insatisfação perante os conceitos então vigentes. O grupo segue um ritual quase religioso: são reuniões semanais com apresentação de textos, discussões e finalmente, a palavra do mestre; tudo isto regado a bolo, café preto, charutos e cigarros. A participação verbal dos membros, considerada fundamental, é coroada pela palavra final de Freud – então considerado um novo profeta, não autoritário, flexível, num ambiente íntimo rodeando de seus objetos, o apartamento de Viena. (GURGEL , 1990, p. 59)

Esse movimento tem início em 1901 e a difusão do conhecimento até então produzido no campo psicanalítico começa por essa via. Importante ressaltar que além de médicos o círculo incluía outras pessoas (escritores, pintores etc) o que demonstra desde cedo a preocupação de Freud em não fazer da psicanálise uma especialidade médica. Existia também a preocupação por parte de Freud em não ocupar o lugar de mestre, embora fosse colocado como tal. Antes de tudo, ele sabia que a difusão da psicanálise não se daria pelo seu criador, mas pelos próprios méritos da sua criação. Gay (1989) nos diz que Freud considerou extremamente feliz a escolha desse momento oportuno; quaisquer que fossem os defeitos das pessoas que se reuniam a ele em seu vestíbulo, todas as quartas feiras à noite, nos primeiros dias elas lhe proporcionaram a ressonância psicológica pela qual ansiava. Eram em maior ou menor grau, substitutos de Fliess, e forneciam-lhe parte dos aplausos que ele esperava e não obteve de início com a publicação da Interpretação dos Sonhos.

Em 1907, Freud propõe a dissolução da Sociedade das Quartas Feiras e cria a Sociedade Psicanalítica de Viena, pois, segundo Gay (1989), as reuniões estavam ficando irritadiças, e mesmo acrimoniosas, à medida que os membros disputavam posições, alardeavam a própria originalidade ou expressavam antipatia pelos colegas com uma hostilidade brutal, disfarçada de franqueza analítica. Talvez por isto as pretensões de Freud em relação aos membros dessa nova sociedade não iam muito longe. Razão pela qual passou a investir de modo mais destacado nos chamados estrangeiros, dentre eles Max Eitingon (Zurique), Karl Abrahan (Berlim), Sandor Ferenczi (Budapeste) e Ernest Jones (Londres). Estes quatro estrangeiros contribuíram enormemente para a divulgação da psicanálise para além de Viena, e sua união com Freud foi muito proveitosa para o movimento psicanalítico. Juntamente com eles, podemos situar também a presença de Jung. Em relação a este último, Freud alimentou grandes expectativas já que a psicanálise vinha sendo praticada e difundida por Jung na Suíça.

Em 1908, a convite de Jung, realizou-se o 1º Congresso de Psicanálise em Zalzburg, congregando adeptos da psicanálise principalmente de Viena e Zurique. Dava-se sequência, assim, ao movimento iniciado com o grupo das quartas feiras. A reunião das duas escolas, de Zurique e de Viena, fez com que a psicanálise tomasse extraordinário impulso com maior difusão de sua literatura e interesse por parte dos médicos e de outros profissionais. O grupo de Zurique, nas palavras do próprio Freud (1974) tornou-se assim o núcleo de uma pequena associação que lutava pelo reconhecimento da análise. A única oportunidade de aprender a nova arte e de nela trabalhar estavam ali, segundo Freud.

O reconhecimento internacional veio mesmo em 1909 quando Freud e Jung, juntos, foram aos EUA, a convite de Stanley Hall, na Clark University para proferir uma série de palestras sobre psicanálise. Pode-se notar que a partir do primeiro congresso, a psicanálise tornou-se conhecida em grande parte da Europa e América. Diz Freud (1974) que naquele momento uma enorme massa de trabalho se apresentava a um pequeno número de trabalhadores. Trabalhadores ainda amadores, por assim dizer, em relação a esse novo conhecimento.

O 2º Congresso Psicanalítico realizou-se em Nuremberg (1910). O que Freud tinha em mente para esse congresso era organizar o movimento psicanalítico, transferir seu centro para Zurique e dotá-lo de um ‘chefe’ que cuidasse de seu futuro. Carl Gustav Jung foi o escolhido. A esse respeito escreve Freud:

Julguei necessário uma associação oficial porque temia os abusos a que a psicanálise estava sujeita logo que se tornasse popular. Deveria ter alguma sede cuja função seria declarar: todas essas tolices nada têm a ver com a psicanálise, isto não é psicanálise. Nas sessões dos grupos locais, que reunidos constituíam a Associação Internacional, seria ensinada a prática da psicanálise e seriam preparados médicos cujas atividades receberiam uma espécie de garantia. (FREUD, 1974, p. 56-57)

Ainda nesse congresso, Jung teria declarado em seu discurso que o objetivo da associação era promover e apoiar a psicanálise criada por Freud, bem como, cultivar apoio firme entre os membros daquela associação para que fossem desenvolvidos todos os esforços no sentido da aquisição e difusão do conhecimento psicanalítico.

No entanto, já em 1911, apresentavam-se os descontentes, principalmente os vienenses que se sentiam preteridos em relação aos suíços. Freud contornou as controvérsias renunciando à presidência da Sociedade Psicanalítica de Viena e entregando-a a Adler, um dos descontentes. Posteriormente, Freud escreveria a Ferenczi dizendo que havia terminado a infância do movimento e que esperava a seguir um belo e rico período de adolescência (GURGEL, 1990).

No Congresso de Weimar (1911) estreitaram-se os laços de Freud com Jung, sendo este reeleito presidente da Associação. Ao mesmo tempo, foram anunciadas as dissidências de Adler e Steckel. Apesar dos esforços de Freud, a Associação Internacional de Psicanálise não estava cumprindo a finalidade para a qual fora criada, ou seja, levar a psicanálise para além da fronteira da Europa Central. Nesse contexto, Ernest Jones propôs, em 1912, a criação do “comitê secreto” composto por seis membros: Freud, Otto Rank, Hanns Sachs, Ferenczi, Abrahan e, posteriormente, Max Eitingon. Seu funcionamento foi descrito por Gurgel (1990) como uma rígida guarda pretoriana em torno de Freud que, apesar de não ter tido a ideia, ocupava o lugar de mestre sem mando; a intenção era centralizar a política do movimento psicanalítico com base na teoria do inconsciente que, por sua vez, infringe no homem a ferida inelutável da perda da auto determinação. Essa posição de Freud é fundamental para que possamos pensar a questão da transmissão em psicanálise, uma vez que o mestre e o saber são atributos, por assim dizer, do inconsciente. Esta proposição formulada originalmente por Freud é mais atual do que nunca e não podemos sair desse registro quando nos propomos a trabalhar com a transmissão no contexto das sociedades psicanalíticas ou nas universidades.

Deve-se ressaltar que outras sociedades psicanalíticas foram criadas ainda no início do século 20 incluindo os EUA, Canadá e Inglaterra. Com todo esse avanço adquirido pela psicanálise realizou-se o 4º Congresso Internacional em Munique (1913), congresso este que antevia a dissidência de Jung ocorrida no ano seguinte. Foi exatamente diante do incômodo causado em Freud pelo rompimento com Jung que ele escreve “A história do movimento psicanalítico’, texto que aqui se privilegia.

Durante a 1ª Guerra Mundial as atividades da Associação Internacional de Psicanálise ficam suspensas sendo retomadas apenas no Congresso de Berlim em 1922. É dessa época a primeira padronização e início de debates sobre a formação de analistas. Inicia-se também nesse período a discussão sobre a análise leiga, apoiada e defendida por Freud que lutou até sua morte contra aquilo a que os americanos teimavam em fazer da psicanálise, ou seja, uma especialidade médica, mais destacadamente a serviço da psiquiatria. Em torno de 1925,

inicia-se a burocratização da psicanálise. É o advento da chamada psicanálise moderna lastreada por um ato legal, onde as palavras supervisor, controle, candidato, instrutor, aluno, comitê, instituto, substituíram os antigos vocábulos da época heróica, quando a análise se dava, por vezes, em passeios noturnos. (GURGEL, 1990, p. 66).

Considerações finais

O que é importante destacar nessa retomada das tentativas de Freud em sistematizar o conhecimento psicanalítico é o movimento empreendido por ele objetivando difundir a psicanálise. Para aqueles que trabalham com transmissão na psicanálise, não se pode perder de vista a singularidade dessa invenção, que passa fundamentalmente pelo privilégio ao inconsciente como lugar de mestria. Isto remete diretamente às palavras de Didier-Weill quando esse autor afirma que

o real da experiência analítica jamais é alguma coisa com a qual possamos nos habituar. O encontro desse real faz com que se descubra que o recurso ao saber já constituído não é de muita ajuda. O real coloca assim o sujeito em posição de esquecer aquilo que já se sabe para articular-se ao que ainda não sabe. (DIDIER-WEILL, 1988, p. 109-110)

Mannoni (1989), na mesma perspectiva, diz que nenhuma autorização garante que se esteja lidando com um bom analista; é preciso de fato ir além da competência social que qualifica alguém como analista. Quem se torna analista, segundo a autora, não pode economizar uma transferência contínua de si, isto é, uma abertura para o inconsciente.

O caminho empreendido por Freud ao tentar organizar, difundir e transmitir a psicanálise, para além de qualquer regulamentação burocrática, objetivou manter abertas as vias traçadas pelo inconsciente, as mesmas que se procura trilhar no exercício da clínica psicanalítica e no ensino da psicanálise.

Referências bibliográficas

  • DIDIER-WEILL, A. Inconsciente freudiano e transmissão da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1988.
  • FREUD, S. A história do movimento psicanalítico (1914). In: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1974.
  • FREUD, S. Extratos dos documentos dirigidos a Fliess (1892-1899). In: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1977.
  • GAY, P. Freud: uma vida para o nosso tempo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
  • GURGEL, I. Freud além do divã. In Agenda de psicanálise. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1990, p. 59-68.
  • JONES, E. A vida e a obra de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1989.
  • LAPALANCHE, J., & PONTALIS, J-B. Vocabulário da psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
  • MANNONI, M. Da paixão de ser à loucura de saber. Rio de Janeiro: Zahar, 1989.
MINICURRÍCULO DO AUTOR

Psicólogo, Psicanalista e Professor Universitário. Mestre em Educação com ênfase em Educação e Sociedade. Especialista em Saúde Mental e em Implicações e Aplicações da Psicanálise.

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